Classic – Adrian Gurvitz (tradução – Interpretação)

Canção Clássica das clássicas dos  anos 80, de 1982 para ser mais preciso. Na voz e no talento de que a revelou para o mundo: Adrian Gurvitz (um cara que sofreu da famosa “Síndrome de Steppenwolf” – Se é que você me entende – O cara de “Born to be wild”).

O nosso personagem principal, o narrador da música, da história que compõe a música, abre nos dizendo que precisa escrever um clássico. Já que ele se refere a escrever, imagino que seja um livro, que se trata o ponto principal da canção, pois tudo gira em torno desse clássico que ele pretende escrever. Mas aí rola um pequeno probleminha com o termo mais adequado pra coisa, pois quando nos referimos a livros, o mais indicado a usar seria o termo: Best Seller. Porém, Paulo Coelho que o diga, nem sempre um best seller necessariamente é um clássico. Ou seja, admito que livros também podem ser considerados clássicos, assim como praticamente tudo na vida: filmes, carros, pinturas, etc.

Ele se descobre um viciado, viciado no amor da pessoa a quem se destina a canção. Por alguma razão, esse clássico que ele irá escrever, tem que ser concebido de maneira reclusa. Estou poetizando, pois não sei se o fato dele mencionar que vai escrever o livro num sótão, é porque ele precisa de introspecção e concentração ou porque ele é um pé rapado e não tem onde morar e está de favor ou escondido no sótão de alguém (é viajei agora, eu sei).

Como toda música sertaneja ou pagodinho, essa canção tem aquele “Quê” dessas duas vertentes. O cara teve essa pessoa um dia, porém alguma cagada ou coisa da vida o fez perder a pessoa amada. A pessoa amada, simplesmente falou “tchau” desinspiradoe seguiu a vida e nosso herói está num canto qualquer chorando e querendo a volta da mesma. Só que ao invés de simplesmente chorar e espernear querendo que a pessoa volte por pena (como nos casos dos pagodinhos e dos sertanojos) ele imagina que isso se daria quase que automaticamente caso… caso ele escrevesse um clássico! Boa Garoto!

Então vamos entender de onde vem esse sentimento, essa sensação de que um clássico resolveria tudo. Vamos estabelecer que nosso herói é de fato um escritor. Vida de escritor é complicada. De escritor famoso já não é lá essas coisas todas, imaginem como provavelmente é o caso do nosso garoto aqui: um escritor desconhecido! Nunca nem publicou nada. Mas se recusa a ser outra coisa senão um escritor! Daí ele fica em casa, sem fazer nada, estático, achando que vai viver de amor (literalmente), enquanto a outra pessoa, apesar de amar, está correndo atrás, batalhando, trabalhando, afinal de contas, alguém tem que pagar as contas e botar comida na casa… nosso escritor no entanto, está travado, coitado, não sai nada… nos filmes até vai, mas na vida real, não há amor que resista. Aos primeiros sinais de uma pessoa dentro de casa sem “fazer nada” já começam a surgir as primeiras piadinhas, depois as piadas viram indiretas, até que chegam as diretas e depois disso o ultimato: ou faz alguma coisa, ou traz algum pixulé, ou rua! Foi o que aconteceu com nosso garoto.

© Copyright 2010 CorbisCorporationDepois que foi devidamente chutado, o cara agora está vivendo um dia de cada vez, pelo menos é o que ele diz e que pode perder tudo menos o amor dessa pessoa. Se perder esse amor, ele não terá mais nada. Ele olha pro futuro, não vê muita coisa, melhor dizendo: vê, mas vê praticamente a mesma nebulosidade do presente: um futuro de sonhos. Ele continua se vendo vivendo de sonhos… E se complica todo na hora de tentar explicar isso pra pessoa amada no que ele sai pela tangente dizendo: Eu vou escrever um clássico!

Finalizando: ele tá dizendo: Confia em mim que eu vou conceber um best seller e tudo vai ficar bem!

É como se a outra pessoa dissesse, também: “vai na fé irmão”.

Pois a sensação que temos ao ouvir essa música é que o próprio personagem principal, fala como um mantra que vai escrever um clássico, mas a verdade é que ele não tem a menor certeza de nada, única certeza que ele tem é a de que “precisa escrever um clássico”, mais nada.

adrian gurvitz

Um grande abraço a todos!

Sobre Igor Otávio (22)

Igor Otávio, é blogueiro, autor e escritor. Criador de conteúdo na WEB desde que isso tudo aqui era só mato. Dono de diversos blogs e sites na internet, já trabalhou com artistas como Flavio Venturini, 14 Bis, Made In Brazil, Elias Mizhari, entre tantos outros. Além de prestar consultoria e divulgação em várias mídias sociais para empresas e qualquer pessoa que deseje divulgar seu negócio. Para contato Telefone/whatsapp: 21 99289-1490 e e-mail: igorotavio@bol.com.br.

Publicado em 11/06/2015, em Internacional, Interpretação, Tradução e marcado como , , , , , , , , . Adicione o link aos favoritos. Deixe um comentário.

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